sábado, 4 de julho de 2009

Pelo direito de sonhar

Ocasionalmente me pego imersa em minhas tolas reflexões...Pergunto-me : por que estou aqui?Será que um dia chegarei a realizar tudo aquilo que sonho para mim?Farei a diferença nesta minha existência ou não passarei de uma pessoa "normal",de feitos "normais" e atividades nada extraordinárias?Honestamente temo por me juntar ao rebanho dos normais...
Ao longo de toda a minha ( diga-se de passagem curta),vida sempre procurei fazer a diferença nos lugares por onde passei.Cada tarefa entregue mesmo na pré-escola , cada gesto ,cada particularidade...Sempre me esforcei ao máximo, jamais me satisfiz em fazer parte da longa lista de "medianos".Ser mediana não é o bastante para mim ( sim,sou extremamente perfeccionista e exigente comigo mesma ...) . Afinal para quê ser mediana, se posso ser alguém diferente;não no sentido excludente da palavra,claro,mas ser diferente no sentido de trazer algo novo para o mundo,algo que contrarie os padrões "medianos" que a sociedade nos impõe.
A minha maneira de cumprir com esta missão,seria através da escrita, atividade na qual acredito me sair bem.Daí vem os meus sonhos, de que meus livros e roteiros possam,de alguma forma,transformar a vida dessas pessoas que dedicarão uma ínfima parcela de seu tempo,para apreciá-los.Essa é a razão pela qual temo no futuro ser "mediana" e "normal" e jamais conseguir dar vida ao que idealizo.
Em um mundo em que se torna cada vez mais necessário acumular bens materiais , os desejos e sonhos ditos " impossíveis " se esmorecem e se apagam pouco a pouco em mentes idealistas como a minha.Logo, o apelo à carreiras socialmente aceitáveis que conferem mais status,à estilos de vida padrão e (lá vem a bendita palavrinha de novo !) "normais" se fortalece,desencorajando aqueles que anseiam por construir futuros que rompem com este esteriótipo.
Particurlamente ficaria muito decepcionada comigo mesma se no final de minha vida olhasse para trás e constatasse que havia desperiçado minha juventude e maturidade desempenhando tarefas comuns,que não tivesse sido inconsequente e ousada o suficiente para realizar ao menos um terço daquilo que sonhei.Aposto que muitos (jovens no momento ou jovens há mais tempo), se identificam com tal dilema.
Neste relato em que meus desejos se confundem com minhas inseguranças,faço uma última e definitiva pergunta : tenho o direito de sonhar?